terça-feira, 9 de julho de 2013

Ponto de Vista

A rua

respira arte

A sombra

inspira música 

E tudo se completa.





Vamos pra rua!

Curumin é o cara

"Come mais um copo d'água
Clareia
Que a lua atiça a cachorrada
Rua te chama
O som perturba a sua carne
Te movimenta
Então dá seus pulo antes que seja
Que seja tarde

Porque tá selvage"



O hit acima faz parte do álbum Arrocha, lançado em 2012 pela Urban Records.

Ficha Técnica

Roteiro e direção: Rick Bambora
Direção de fotografia: Daniel D2 Videomaker
Assistente de câmera: Gildo Macedo
Logger: Thaís Uvo
Produção executiva: Juliana Garzillo
Edição e finalização: Lucas Muraguchi
Coedição: Felipe Kenji Teixeira Yamauchi

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sound of Friday

Os caras do The Creator’s Project mandaram muito bem nesta nova produção feita para os franceses do Phoenix.


Trying to Be Cool foi concebido num formato diferente. Além de várias referências da cultura pop, você vai perceber muita interatividade ao longo do filme gravado sem cortes.


Enquanto a música é tocada ao vivo dentro de um estúdio, a banda interage nos cenários da produção numa espécie de corrida maluca onde cada equipe de filmagem tem pouco mais de 10 segundos para filmar um trecho do clipe e seus múltiplos elementos. Um telão mostra a contagem regressiva até a próxima equipe assumir, e caso ela não consiga a tempo, o clipe continua rolando, sem imagens. Bem divertido.

 Porque ousadia pouca é bobagem!




Essa lindeza faz parte de Bankrupt!, o mais recente álbum da banda.

Se você quiser conferir uma versão um pouco mais dançante, clique aqui!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Leminskando

É só ler Leminski que já começo a suspirar...

Poeta de vanguarda, escritor, crítico literário, biógrafo, ensaísta e compositor, Paulo Leminski deixou uma obra vasta que, mesmo depois de passados 25 anos de sua morte, continua exercendo uma grande influência nas novas gerações de poetas brasileiros.




Digno de tanta notoriedade, não é de se admirar que o pessoal da Revista Bula tenha dedicado um post especialmente para apresentar 15 de seus melhores poemas.

Os poemas escolhidos pelos participantes convidados da Revista, fazem parte do livro Melhores Poemas de Paulo Leminski, organização de Fred Góes, editora Global e podem ser lidos a seguir:


Porma sem título





Bem no Fundo 

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.


Dor Elegante

Um homem com uma dor
É muito mais elegante
Caminha assim de lado
Com se chegando atrasado
Chegasse mais adiante

Carrega o peso da dor
Como se portasse medalhas
Uma coroa, um milhão de dólares
Ou coisa que os valha

Ópios, édens, analgésicos
Não me toquem nesse dor
Ela é tudo o que me sobra
Sofrer vai ser a minha última obra


Invernáculo

Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quem sabe maldigo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não é minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.


O que quer dizer

O que quer dizer diz.
Não fica fazendo
o que, um dia, eu sempre fiz.
Não fica só querendo, querendo,
coisa que eu nunca quis.
O que quer dizer, diz.
Só se dizendo num outro
o que, um dia, se disse,
um dia, vai ser feliz.


M. de memória

Os livros sabem de cor
milhares de poemas.
Que memória!
Lembrar, assim, vale a pena.
Vale a pena o desperdício,
Ulisses voltou de Tróia,
assim como Dante disse,
o céu não vale uma história.
um dia, o diabo veio
seduzir um doutor Fausto.
Byron era verdadeiro.
Fernando, pessoa, era falso.
Mallarmé era tão pálido,
mais parecia uma página.
Rimbaud se mandou pra África,
Hemingway de miragens.
Os livros sabem de tudo.
Já sabem deste dilema.
Só não sabem que, no fundo,
ler não passa de uma lenda.


Parada cardíaca

Essa minha secura
essa falta de sentimento
não tem ninguém que segure,
vem de dentro.
Vem da zona escura
donde vem o que sinto.
Sinto muito,
sentir é muito lento.


Razão de Ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?


Aviso aos náufragos

Esta página, por exemplo,
não nasceu para ser lida.
Nasceu para ser pálida,
um mero plágio da Ilíada,
alguma coisa que cala,
folha que volta pro galho,
muito depois de caída.

Nasceu para ser praia,
quem sabe Andrômeda, Antártida
Himalaia, sílaba sentida,
nasceu para ser última
a que não nasceu ainda.

Palavras trazidas de longe
pelas águas do Nilo,
um dia, esta pagina, papiro,
vai ter que ser traduzida,
para o símbolo, para o sânscrito,
para todos os dialetos da Índia,
vai ter que dizer bom-dia
ao que só se diz ao pé do ouvido,
vai ter que ser a brusca pedra
onde alguém deixou cair o vidro.
Não e assim que é a vida?


Amar você é coisa de minutos...

Amar você é coisa de minutos
A morte é menos que teu beijo
Tão bom ser teu que sou
Eu a teus pés derramado
Pouco resta do que fui
De ti depende ser bom ou ruim
Serei o que achares conveniente
Serei para ti mais que um cão
Uma sombra que te aquece
Um deus que não esquece
Um servo que não diz não
Morto teu pai serei teu irmão
Direi os versos que quiseres
Esquecerei todas as mulheres
Serei tanto e tudo e todos
Vais ter nojo de eu ser isso
E estarei a teu serviço
Enquanto durar meu corpo
Enquanto me correr nas veias
O rio vermelho que se inflama
Ao ver teu rosto feito tocha
Serei teu rei teu pão tua coisa tua rocha
Sim, eu estarei aqui


Poesia

“words set to music” (Dante
via Pound), “uma viagem ao
desconhecido” (Maiakóvski), “cernes
e medulas” (Ezra Pound), “a fala do
infalável” (Goethe), “linguagem
voltada para a sua própria
materialidade” (Jakobson),
“permanente hesitação entre som e
sentido” (Paul Valery), “fundação do
ser mediante a palavra” (Heidegger),
“a religião original da humanidade”
(Novalis), “as melhores palavras na
melhor ordem” (Coleridge), “emoção
relembrada na tranquilidade”
(Wordsworth), “ciência e paixão”
(Alfred de Vigny), “se faz com
palavras, não com ideias” (Mallarmé),
“música que se faz com ideias”
(Ricardo Reis/Fernando Pessoa), “um
fingimento deveras” (Fernando
Pessoa), “criticismo of life” (Mathew
Arnold), “palavra-coisa” (Sartre),
“linguagem em estado de pureza
selvagem” (Octavio Paz), “poetry is to
inspire” (Bob Dylan), “design de
linguagem” (Décio Pignatari), “lo
impossible hecho possible” (Garcia
Lorca), “aquilo que se perde na
tradução (Robert Frost), “a liberdade
da minha linguagem” (Paulo Leminski)...


Adminimistério

Quando o mistério chegar,
já vai me encontrar dormindo,
metade dando pro sábado,
outra metade, domingo.
Não haja som nem silêncio,
quando o mistério aumentar.
Silêncio é coisa sem senso,
não cesso de observar.
Mistério, algo que, penso,
mais tempo, menos lugar.
Quando o mistério voltar,
meu sono esteja tão solto,
nem haja susto no mundo
que possa me sustentar.

Meia-noite, livro aberto.
Mariposas e mosquitos
pousam no texto incerto.
Seria o branco da folha,
luz que parece objeto?
Quem sabe o cheiro do preto,
que cai ali como um resto?
Ou seria que os insetos
descobriram parentesco
com as letras do alfabeto?


Sintonia para pressa e presságio

Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Soo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.

Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala.


Não discuto

não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino


A lua no cinema

A lua foi ao cinema,
passava um filme engraçado,
a história de uma estrela
que não tinha namorado.

Não tinha porque era apenas
uma estrela bem pequena,
dessas que, quando apagam,
ninguém vai dizer, que pena!

Era uma estrela sozinha,
ninguém olhava pra ela,
e toda a luz que ela tinha
cabia numa janela.

A lua ficou tão triste
com aquela história de amor
que até hoje a lua insiste:
— Amanheça, por favor!


Cartografia Afetiva by Talk Inc.

A Talk Inc. aproveitou a onda de protestos que rolou no país ao longo destas últimas semanas e montou um infográfico sensacional para demonstrar as emoções e os sentimentos de vários brasileiros envolvidos nas manifestações do Movimento Passe Livre.

A pesquisa que originou a Cartografia Afetiva, foi baseada no sentimento que as manifestações contra o aumento das passagens de ônibus despertaram nas pessoas. Desenvolvida dentro de um plataforma própria, a pesquisa foi divulgada na fan page da empresa e utilizou uma amostra de 1.285 pessoas na faixa de 16 a 80 anos de idade nas seguintes praças: SP, RS, RJ, SC, MG, PR, PE, BA, AM, Berlim, San Diego, Madri e Nova Iorque.  

Além disso, o trabalho teve como objetivo fomentar as discussões em pauta e foi alimentado também por opiniões em blogs, jornais, revistas, videos do Youtube, redes sociais e a opinião de especialistas que contribuíram proporcionando novos sentidos às discussões.

Embora não exista um jeito certo de ser lido, é muito interessante observar quais foram os principais sentimentos e emoções que tomaram o Brasil de forma tão intensa.



Clique aqui para conferir mais destalhes da pesquisa.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Adoro essa coisa de ser underground

Giovanni Caruso e o Escambau é o nome de um baita grupo musical que incendeia o cenário underground de Curitiba. Projeto do ex-vocalista da Faichecleres, conta com a participação de Zo na guitarra, Lolo Quevedo nos vocais e percussão e Ivan Rodrigues na bateria.




Músico de mão cheia, Giovani Caruso é um compositor sulista muito original, dono de uma poesia simples, sincera e carregada de humor. Assistir a um show destes caras, nos remete a um "maravilhoso caos lúdico musical", como bem definiu Josiane Ritz. Além da criatividade dos músicos, a banda usa e abusa da sugestividade tanto nos backing vocals, marcados pela voz grave e cheia de energia de Lolo Quevedo, quanto na percussão. É incrível como cada música possui sua própria identidade numa produção superbacana cheias de histórias, sons e performances.

Com uma sonoridade de vanguarda, não é de se admirar que a banda tenha faturado dois prêmios nacionais com o videoclipe da música “Dos amores mais vendidos” (Melhor Videoclipe Nacional no 3º Festival de videoclipes independentes do Tocantins e o Prêmio Especial do Júri no 8º Curta Santos). Além disso, a canção entrou também na lista das 50 músicas independentes mais importantes da década no site de música “Senhor F”.




A música está presente no disco Acontece Nas Melhores Famílias, primeiro álbum da banda, lançado em 2009.



DOS AMORES MAIS VENDIDOS 
Giovanni Caruso e o Escambau


Um amor sem conservantes
Logo pode se estragar
E o que um dia já foi doce
Pode amargo então ficar

Mantenha o seu amor guardado no congelador
Ou então experimente outro com novo sabor.
Achei um coração barato numa promoção
Mas era de segunda mão.

Se perder a validade
Ou deixar de funcionar
Jogo fora e compro um novo.
E coloco em seu lugar

Mantenha o seu amor guardado no congelador
Ou então experimente outro com novo sabor.
Achei um coração barato numa promoção
Mas era de segunda mão.

Um amor que apodrece
Leva o gosto de quem vai
Dos amores mais vendidos
Ao que quebra quando cai

Mantenha o seu amor guardado no congelador
Ou então experimente outro com novo sabor.
Achei um coração barato numa promoção
Mas era de segunda mão.

Corações estão na moda
Varias cores e padrões
No varejo ou no atacado
Qualidade e preço bom

Mantenha o seu amor guardado no congelador
Ou então experimente outro com novo sabor.
Achei um coração barato numa promoção
Reciclaveis corações."